NOTA DE REPÚDIO AO
RACISMO INSTITUCIONAL NA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
(FMUSP)
O Centro Acadêmico dos cursos de Nutrição e Saúde
Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP)
Emilio Ribas (CAER) vem por meio desta repudiar a ação racista do corpo de
segurança da FMUSP que na noite de quarta-feira (30/05) impediu a entrada na
aluna do 1° ano de Graduação em Saúde Pública Mônica Mendes Gonçalves por ser
preta.
Ao chegar na entrada do prédio da FMUSP por volta das
19:40h, ela foi impedida de entrar mesmo após apresentar sua carteirinha sob o
argumento de que só era permitida a entrada de alunos da medicina pois haveria
uma festa, logo o CAOC (Centro Acadêmico de Medicina onde fica o Pub Med. local
onde Mônica marcou de se encontrar com outros colegas de turma) estava sendo
evacuado. Notando porém, que outras pessoas não estavam tendo problemas em
entrar no prédio, Mônica o contornou e notou que seus colegas de turma estavam
dentro do Pub Med. e que no mesmo não havia festa alguma. Retornou a entrada
principal questionando o real motivo do impedimento em vista da
incompatibilidade entre a justificava apresentada pelos seguranças e o que
havia visto e solicitando um responsável que pudesse mediar a questão.
Um guarda, que se identificou como o responsável por
intervir nessas situações se apresentou e nesse mesmo momento um homem branco
entrou no prédio sem precisar se identificar.
Escoltada pelos seguranças, Mônica entrou no prédio depois de muito argumentar que estava tendo seu direito de ir e vir violado.
Escoltada pelos seguranças, Mônica entrou no prédio depois de muito argumentar que estava tendo seu direito de ir e vir violado.
O racismo institucional é justamente o elemento que
quando negado inviabiliza seu enfrentamento e erradicação. Com isso o povo
preto se vê constantemente alijado de seus direitos constitucionais e exercício
de sua cidadania plena. A ausência desse reconhecimento pela Universidade de
São Paulo é nítida visto sua posição inflexível quanto a adesão do sistema de
cotas, o que é só um exemplo de uma série de mecanismos aparentemente sutis ora
implícitos ora explícitos que estão presentes na atuação de seus agentes que
inviabilizam o tratamento e acesso equânime entre quem branco e quem é preto.
Foi com o argumento de estar cumprindo ordens que a
segurança da FMUSP barrou a companheira Monica na entrada, justamente o mesmo
argumento que se utiliza a Polícia Militar para se justificar quando assassina
jovens pretos nas periferias de todo o país.
Entre os diversos casos de racismo na USP esse ano tivemos os ocorridos em 13/03 em o do professor André Martin, chefe do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Letras, que disse que “Se o exército brasileiro não estiver lá (no Haiti), quem vai pôr ordem na macacada?” e o de 8/04 onde no campus Ribeirão um jovem preto estudante de Direito foi ameaçado com uma arma de fogo e insultado por um Policial Civil dentro do campus Ribeirão.
Entre os diversos casos de racismo na USP esse ano tivemos os ocorridos em 13/03 em o do professor André Martin, chefe do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Letras, que disse que “Se o exército brasileiro não estiver lá (no Haiti), quem vai pôr ordem na macacada?” e o de 8/04 onde no campus Ribeirão um jovem preto estudante de Direito foi ameaçado com uma arma de fogo e insultado por um Policial Civil dentro do campus Ribeirão.
Nós pretos somos a maioria apenas entre o contingente
de profissionais precarizados que servem os filhos da elite branca nessa
universidade e a FMUSP é uma representante importante dessa realidade. A Casa
de Arnaldo Vieira de Carvalho parece não ter superado seu passado eugenista, o
povo preto tem menos de 2% de nossos irmãos e irmãs como alunos.
RACISTAS NÃO
PASSARÃO!!!
Centro Acadêmico Emilio Ribas Gestão Pluralidade 2014