Uma vitória histórica do Movimento Negro
Nesta semana vários jornais
do Brasil publicaram uma matéria sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao sistema
de cotas nas universidades federais, que reserva 20% das vagas de cada
vestibular para negros e pardos. As cotas vêm sido questionada pelo partido dos
democratas (DEM), que alega que as cotas trás mais danos do que benefícios, mas
a ação foi derrubada pelo STF no dia 26/04/2012 por unanimidade, dez votos a
zero. Atualmente, segundo dados da ONG Educafro, 129
instituições públicas brasileiras têm algum tipo de ação afirmativa para a seleção
de candidatos, sendo que 57 delas são federais. Outro Levantamento feito pelo
G1 diz que 36 das 59 universidades federais têm políticas de cotas raciais e/ou
sociais, 32 têm cotas para estudantes oriundos de escolas públicas, 25 têm
algum tipo de cota racial, 21 têm cotas para negros e pardos, 19 têm cotas para
índios, 7 têm cotas para deficientes e 1 tem cota para quilombolas (UFG).
O ministro Ricardo Lewandowski, relator
do processo, ressaltou a importância de iniciativas voltadas para a redução da
desigualdade no país. Ele defende que as cotas da UnB sirvam de modelo para o
Brasil, vigorando por um tempo determinado enquanto a desigualdade perdurar. Luiz
Fux ressaltou que o Brasil precisa reparar “danos pretéritos” que se originaram
no Brasil quando os negros foram feitos de escravos.
O assunto ainda é muito questionado por
grande parte da população que defendem as cotas sociais. Sabemos que tanto uma
quanto outra irão contemplar os afro descendentes, já que pela estatística do
IBGE a grande maioria dos brasileiros que estão em situação econômica
desfavorecida são negros. Mas a cota racial é uma vitória histórica, já que os
movimentos negros espalhados pelo Brasil têm as cotas como um dos objetivos da
luta pela igualdade de oportunidades nesse país.
(Luciano
Braga)