As
disparidades raciais no mercado de trabalho continuam altas
03/02/2014 | Publicado por em Sem categoria
No dia 30 de janeiro, o IBGE apresentou
sua Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PME) referente ao ano de 2013. O
dado mais significativo deste estudo foi que os trabalhadores negros ganharam,
no ano passado, um rendimento equivalente a 57,4% dos brancos – ou seja, pouco
mais da metade.
O rendimento médio dos trabalhadores
brancos foi de R$2.396,74 e dos negros, R$1.374,79. Esta diferença vem caindo
nos últimos dez anos. Em 2003, os trabalhadores negros ganhavam 48,4%; em 2012,
foi 56,1% e no ano passado chegou a 57,4%. Nesta velocidade, de um ponto
percentual por ano, teremos ainda mais 43 anos para se chegar a igualdade de
rendimentos.
É difícil detectar as raízes destes
pequenos avanços. Infere-se que as políticas do atual governo de valorização do
salário mínimo, de incentivo a uma maior formalização do mercado profissional,
a redução do desemprego, entre outros, tenham contribuído para que os
trabalhadores dos escalões mais subalternos tenham tido aumentos maiores que os
demais. Como a presença de negros nestes escalões é maior, é possível que isto
tenha influenciado esta pequena redução da disparidade racial no mercado
profissional.
Fica nítido com estes dados que as
políticas públicas de caráter generalista são extremamente limitadas para
enfrentar as disparidades raciais, por maiores e mais eficientes que elas
sejam. Devido ao tamanho do fosso, as políticas de ação afirmativa são mais que
necessárias para que esta desigualdade seja combatida. É isto que o movimento
anti-racista tem reivindicado e que, infelizmente, muitas pessoas, inclusive
que se dizem de esquerda, ainda não se atentaram para o problema.
Fonte: http://revistaforum.com.br/quilombo/2014/02/03/as-disparidades-raciais-no-mercado-de-trabalho-continuam-altas/
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